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Chapada das Mesas: Roteiro completo e dicas para sua viagem!

Se você está buscando um roteiro na Chapada das Mesas, chegou no lugar certo, pois eu reuni tudo o que você precisa saber para a planejar sua viagem para lá. Mas antes, vamos conhecer um pouco sobre esse destino, que é um dos mais lindos do Brasil. Em seguida, falaremos sobre como chegar, quando ir, onde se hospedar, entre outras informações importantes.

Sobre a Chapada das Mesas

vista do morro do chapéu na chapada das mesas
Parque Nacional da Chapada das Mesas

O Parque Nacional da Chapada das Mesas, no Maranhão, é uma unidade de conservação administrada pela ICMBio. Foi criada em 2005 com o intuito de aumentar a área protegida de cerrado. Seu nome se deve aos pilares rochosos em forma de platô que parecem mesas.

São 160 mil hectares de uma reserva natural composta por florestas de buritizais, sertões, formações rochosas, cavernas e cachoeiras. A região também é extremamente rica em diversas espécies de animais e plantas. Além disso, ela fica numa área de transição entre o cerrado e a floresta amazônica. É incrível como dá para sentir a mudança repentina de bioma só de observar o clima e a vegetação na estrada.

Por causa de suas belezas naturais exuberantes, esse destino hoje apresenta um alto potencial turístico e recebe viajantes não só do Brasil como do mundo todo. Se você quer ser o próximo viajante a conhecer esse paraíso, então leia o artigo até o final para ter um roteiro completo da Chapada das Mesas com todas as dicas essenciais.

Onde fica

A Chapada das Mesas compreende os municípios de Carolina, Riachão e Estreito, no centro-sul do Maranhão. Dentre elas, Carolina é a principal porta de entrada para conhecer a região, especialmente em termos de infraestrutura. A cidade faz divisa com Tocantins, sendo separada deste pelo Rio Tocantins. Mas alguns dos principais atrativos ficam em Riachão, cerca de 100km de distância. Porém, a cidade apresenta condições inferiores à Carolina quanto se trata de turismo.

Como chegar

Existem diferentes opções de como chegar na Chapada das Mesas, a depender de onde está saindo e quanto tempo tem disponível. Veja a seguir todas as formas de como ir:

De avião

O aeroporto mais próximo é o de Araguaína, no Tocantins, distante 120km de Carolina. Apesar disso, são poucos os voos disponíveis já que é um aeroporto regional. Por isso, a opção mais viável é chegar pelo aeroporto de Imperatriz, no Maranhão. Embora fique a 222km de Carolina, o aeroporto é nacional. Portanto, existe uma oferta maior de voos e, consequentemente, os preços são mais acessíveis.

De carro

Chegando em Imperatriz, você pode alugar um carro online e retirá-lo no próprio aeroporto. São cerca de 3h até Carolina. Partir de São Luís já não é muito viável, a não ser que você realmente queira fazer uma viagem longa de carro. Afinal, são pelo menos 15 horas de viagem numa estrada complicada. Compensa mais pegar um voo para Imperatriz e seguir viagem de lá.

De ônibus

A viação que faz o trajeto de Imperatriz a Carolina é a JR4000. Existem saídas regulares todos os dias. O trajeto custa cerca de R$30 e dura aproximadamente 3h30. Caso esteja saindo de Araguaína, a empresa responsável é a Lopestur. A passagem custa R$40 e demora 3h para chegar em Carolina.

De transfer

Essa foi a maneira que eu escolhi para chegar na Chapada das Mesas. Além de ser mais confortável, não precisei me preocupar com horários nem dirigir sozinha. Tive toda a segurança e comodidade de ir com a Torre da Lua Ecoturimo, que possuem carros confortáveis e ótimos guias. Todo o meu roteiro na Chapada das Mesas foi feito por eles e o transfer do aeroporto estava incluído tanto na ida quanto na volta.

Quando ir


Águas transparentes do Poço Azul na Chapada das Mesas

É muito importante saber quando ir à Chapada das Mesas para que sua experiência seja boa. Isso porque existem duas temporadas principais na região, a de chuva e a de seca.

A estação chuvosa vai de Dezembro a Maio. Essa não é a melhor estação para ir, pois as águas das cachoeiras e poços costumam ficar turvas devido ao grande voluma de água. Sendo assim, a visibilidade da água fica ruim e pode haver dificuldades no acesso a alguns atrativos.

A melhor época para ir para a Chapada das Mesas é na estação seca, entre Junho e Novembro, pois o índice pluviométrico é baixo e tem bastante sol. Além disso, você encontra águas mais cristalinas. Dessa forma, consegue ver as paisagens mais bonitas e aproveitar melhor o banho nas cachoeiras.

Viaje com mais segurança e tranquilidade: contrate o seu seguro viagem nacional. Se você não tiver um plano de saúde ou no caso da cobertura não atender o Brasil todo, contratar um seguro nacional vai deixar você mais tranquilo para qualquer eventualidade. Faça já uma cotação. Leitores do Por aí com Josi ganham 5% de desconto usando o cupom PORAICOMJOSI5.

Onde Ficar

Centrinho de Carolina, MA
Centrinho de Carolina

A melhor cidade para você se hospedar é em Carolina. Isso porque, como mencionei anteriormente, é onde tem uma infraestrutura melhor para receber turistas. A maioria das pousadas é bem simples, mas você consegue achar hospedagens muito confortáveis, como a Pousada dos Candeeiros.

Quarto da Pousada Candeeiros
Apartamento da Pousada dos Candeeiros

Foi lá que eu me hospedei e tive uma ótima experiência durante minha viagem pela Chapada das Mesas. A pousada fica muito bem localizada no centrinho de Carolina, próximo de todo o movimento da cidade (que não é tão grande!). Fiquei encantada, pois ela é cheia de decorações antigas, meu quarto era espaçoso e tinha um café da manhã gostoso e bem servido.

O que fazer na Chapada das Mesas: Roteiro de 4 dias

Certamente, há muito o que fazer na Chapada das Mesas. Como os atrativos estão espalhados por toda a região, indico contratar uma agência para realizar os passeios. Não é obrigatório, mas vale a pena ter o acompanhamento de um guia, ainda mais para quem está viajando sozinha, como foi o meu caso.

Por isso, meus passeios foram feitos com a Torre da Lua Ecoturismo, que teve o cuidado de montar um roteiro completo para todos dias da viagem. Vou compartilhar a seguir como foram os meus passeios. Lembrando que você pode solicitar o roteiro dessa viagem diretamente com eles.

Chegada na Chapada das Mesas

Pôr do sol no Rio Tocantins
O lindo pôr do sol no Rio Tocantins visto do deck do Restaurante Chega Mais

Fui recepcionada no aeroporto de Imperatriz e seguimos rumo à Carolina. Cheguei à tarde na cidade e fomos direto para a pousada fazer o check-in. Em seguida, fui para o Restaurante Chega Mais assistir ao meu primeiro pôr-do-sol na Chapada das Mesas. O restaurante é um lugar perfeito para aproveitar o fim de tarde, pois fica na beira do rio Tocantins. Quando o sol se põe no rio, forma-se uma paisagem de tirar o fôlego.

Roteiro Chapada das Mesas: Dia 1

O primeiro dia do roteiro na Chapada das Mesas foi para conhecer dois dos principais atrativos do parque: o Encanto Azul e o Complexo do Poço Azul. Ambos ficam em Riachão e bem próximos um do outro.

Encanto Azul

Encanto Azul na Chapada das Mesas
Encanto Azul

Chegamos no Encanto Azul pela manhã, que é o melhor horário para visitá-la, pois o poço fica super cristalino. O lugar faz jus ao nome, pois a água é realmente muito azul e eu fiquei de fato encantada com a beleza do local! Aproveitei para tirar muitas fotos e fazer vários vídeos já que a visibilidade da água estava incrível, mesmo com seus 7m de profundidade.

Encanto Azul
Ao mergulhar no Encanto Azul, é possível ver vários peixinhos

Complexo do Poço Azul

Seguimos então para o Complexo do Poço Azul que fica a aproximadamente 6km de distância. Mas antes, paramos para almoçar no restaurante que fica dentro do próprio complexo. Ali experimentei o tambaqui, um peixe regional famoso e bem gostoso também. Logo após, continuamos a programação das cachoeiras.

O acesso é feito por rampas e escadas bem estruturadas, logo, sem dificuldades. Já de cara, fui surpreendida com a Cachoeira de Santa Bárbara, uma grandiosa queda de 76m de altura. Ela é tão linda que parece um cenário de filme. Atravessando a ponte em frente à cachoeira, você encontra a gruta de Santa Bárbara que dá o nome à cachoeira.

Depois cheguei no Poço Azul que também encanta por suas águas límpidas e transparentes. Dependendo do horário, você pode achar que a água é azul ou verde. No momento em que estive no poço, aproveitei para encarar um dos meus maiores medos: o de altura! Então saltei na água de uma pedra de 3m de altura. Para mim, parecia que tinha 30m! Deu muito medo, quase desisti, mas fechei os olhos e pulei. No fim, fiquei feliz em ter conseguido!

Complexo poço azul
Poço Azul


Roteiro Chapada das Mesas: Dia 2

Complexo da Pedra Caída

Neste dia, fomos conhecer o Complexo da Pedra Caída em Carolina. Esse é um complexo formado por várias cachoeiras, onde você também encontra toda uma estrutura com área de piscina e hospedagem, além de outros atrativos como teleférico, tirolesa e a pirâmide de vidro.

O primeiro passeio foi na Cachoeira da Caverna. Para entrar nela, você passa literalmente por uma caverna, formada por rochas avermelhadas. No fim dela, você encontra uma linda queda d’água para se refrescar. Como meu grupo atrasou para entrar, tive a sorte de pegar a cachoeira só para mim por uns minutos.

Em seguida, pegamos uma trilha rápida com destino à Cachoeira do Capelão. É um lugar que pode te surpreender, pois ele forma uma prainha de areia em volta da cachoeira, que lhe confere todo um charme. Além disso, a água cai de um paredão escuro, formando uma piscina natural bem gostosa para curtir um banho.

Por fim, chegamos na atração mais famosa de todo o complexo: o Santuário da Pedra Caída. É fácil entender porque essa cachoeira é tão famosa. Afinal, após percorrer uma agradável trilha de cerca de 600m, você passa por um corredor de paredões rochosos logo antes de chegar na cachoeira. Mas não é qualquer cachoeira, é uma enorme queda d´água confinada em uma espécie de cânion.

Sem exageros, nunca vi um lugar igual na vida. Cheguei a ficar emocionada, pois a energia da cachoeira é muito forte! Não é à toa que chamam de santuário. Certamente foi a minha preferida da viagem! Esse é, sem dúvidas, um passeio que não pode ficar de fora do seu roteiro na Chapada das Mesas!

Dica: Se possível, tente fazer esses passeios durante a semana, pois essas atrações costumam ficar bem cheias aos finais de semana.

Portal da Chapada das Mesas

Para encerrar o dia, pegamos a estrada pra ir ver o pôr-do-sol no Portal da Chapada. É uma trilha tranquila de fazer, então rapidinho você chega no topo onde fica o mirante. A vista lá de cima é incrível, pois dá para ver os pilares da Chapada, o Morro do Chapéu e a vegetação do cerrado no entorno.

Portal da Chapada das Mesas
Entardecer no Portal das Chapadas das Mesas

O entardecer foi a cereja do bolo para fechar o dia com chave de ouro, pois o sol bate no portal, deixando sua cor mais bonita. Mas se tiver a chance, assistir o nascer do sol também pode ser uma boa. Isso porque o sol nasce por trás do portal, dando um visual bem interessante.

Roteiro Chapada das Mesas: Dia 3

No terceiro dia do roteiro, fomos para as Cachoeiras do Itapecuru, também chamada de Cachoeira das Gêmeas. Leva esse apelido porque são duas quedas d’água bem próximas e muito parecidas. Adorei como as duas cachoeiras se juntam ao rio e formam um visual único de ser contemplado.

Cachoeira do Itapecuru
As Cachoeiras do Itapecuru

É um ótimo lugar para passar o dia e relaxar, pois tem um boa estrutura com restaurantes e banheiros. Além disso, tem um bar de cada lado do rio, então você pode escolher onde ficar. Eu escolhi o que estava menos movimentado e aproveitei para experimentar o peixe tucunaré que, aliás, estava muito saboroso. Recomendo!

Mergulho no Rio Tocantins
Certamente, vale a pena incluir o passeio de barco no seu roteiro Chapada das Mesas

Por fim, saímos de lá para fazer o passeio de barco até a Pedra Encantada no fim da tarde, onde tomei banho no rio Tocantins. Na volta, paramos novamente para assistir o pôr do sol do rio.

Roteiro Chapada das Mesas: Dia 4

No último dia, acordamos cedo para ir conhecer as Cachoeiras de São Romão e do Prata. Esse passeio só pode ser feito de 4×4, por isso é indispensável contratar uma agência.

Cachoeira do São Romão
Cachoeira do São Romão

A Cachoeira do São Romão é formada pelo rio Farinha e tem uma queda de 25m com um imenso volume de água que formam grandes piscinas onde você pode nadar. Mas a melhor parte pra mim foi poder caminhar por trás da queda e sentir a força da água.

Por trás da queda d'água da Cachoeira do São Romão
Vista por trás da queda d’água da Cachoeira do São Romão

Partimos em seguida para a Cachoeira do Prata, composta por várias quedas d’água exuberantes. Assim como na Cachoeira do São Romão, aqui também é possível curtir um banho de cachoeira enquanto aprecia o contato com a natureza.

Cachoeira do Prata
Cachoeira do Prata

Outros passeios

Um dos passeios que a Torre da Lua Ecoturismo oferece, mas que infelizmente não tive tempo de fazer, é o stand-up paddle no Rio Tocantins durante o pôr-do-sol. Para os amantes de trilhas, eles também fazem um passeio exclusivo no Refúgio Ecológico Torre da Lua, de onde você tem um visual incrível de várias chapadas próximas.

No blog Rotina Viajante, você encontra mais informações sobre vários desses passeios na Chapada das Mesas de forma bem detalhada.

Você quer conhecer outro paraíso no Brasil? Pois é, a Chapada dos Guimarães é outro lindo destino de ecoturismo. Leia aqui o post do blog Turismo de Primeira e saiba tudo sobre a viagem deles para lá.

Sobre a culinária local

A gastronomia local é um ponto forte a ser citado nesta viagem. Isso porque existem várias comidas e pratos típicos da região que vale a pena experimentar. A começar pelos peixes regionais. O tambaqui foi primeiro que provei e aprovei, apesar dos espinhos grandes que dificultam um pouco na hora de comer. Já o tucunaré, como tem espinhas menores, senti mais facilidade em comer. Além disso, achei mais gostoso.

Sorvete de cupuaçu
Sorvete de cupuaçu da Gelateria Doce Vita

Outro item muito utilizado em diferentes receitas é o cupuaçu. Eu voltei apaixonada por esse fruto. Tomava o suco dele todo dia, assim como o sorvete também alguns dias. Embora eu já conhecesse a polpa da fruta da minha cidade (Vitória/ES), o gosto era diferente e muito saboroso.

Orelha de porco e bolinho frito da Chapada das Mesas
Orelha de porco à esquerda e bolinho frito à direita

De pratos, tem o bolinho de orelha de porco, que lembra um bolinho de chuva com canela. Ele é feito com fécula de arroz já que antigamente havia dificuldade de chegar trigo em Carolina. Tem também o bolinho frito que aliás, eu comia todos os dias no café da manhã pois era muito gostoso. Tem um leve teor de erva doce bem agradável ao paladar. Na verdade, comia os dois todos dos dias!

Doce de buriti, fruta típica do Maranhão
Doce de buriti em barra

Por fim, não podia faltar a sobremesa: o doce de buriti. Buriti é uma fruta típica da região e também é usada para preparar sorvete. Conheci um senhor na entrada da Cachoeira das Gêmeas que estava vendendo diversos doces da região, então resolvi experimentar esse de buriti. Ele vem em formato de barra e não é muito doce. Gostei bastante!

Nota: A viagem para a Chapada das Mesas foi realizada em parceria com a Torre da Lua Ecoturismo e a Pousada Candeeiros.

O que achou do roteiro? Conta nos comentários!